quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Pernambuco pode construir navios de guerra

Os dois estaleiros instalados em Pernambuco, mais precisamente no Complexo Portuário de Suape, o Atlântico Sul e o Vard Promar, podem vir a conseguir quatro novos navios de guerra, corvetas, nos próximos anos. Eles estão concorrendo para a chamada pública lançada ontem, no Rio de Janeiro, pelo ministro da Defesa, o pernambucano Raul Jungmann.
O ministro divulgou na tarde de ontem, na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, o documento de Solicitação de Proposta (em inglês, Request for Proposal – RFP) ao mercado de defesa nacional e internacional para obtenção de navios de superfície do Projeto "Corveta Classe Tamandaré". O investimento do projeto será de US$ 1,6 bilhão. Jungmann destacou a importância da aquisição dos navios, com previsão de entrega da primeira das quatro corvetas para daqui a quatro anos.
"Esse projeto surgiu durante minha primeira reunião com o Estado-Maior da Armada, logo após eu assumir o Ministério. A Marinha nos deu um quadro muito realista – e tinha que dar – da situação da nossa Armada. Estávamos vendo um processo de obsolescência e não tínhamos um programa de modernização", relatou o ministro durante a cerimônia de chamamento público.
Durante o encontro que reuniu militares do Alto Almirantado da Marinha, representantes de entidades e federações, empresários brasileiros e estrangeiros, Jungmann também ressaltou que devido o agravamento da crise fiscal foi preciso "pensar fora da caixa" para encontrar alternativas. "Foi isso que foi feito com muita engenhosidade, dedicação e trabalho, da parte da Marinha e da Secretaria de Produtos de Defesa do Ministério. Nós temos a EMGEPRON, uma empresa pública, que não é dependente do Tesouro, e, portanto, fora dos limites do teto de limites de gasto. Metade do caminho, nós tínhamos trilhado. Encontramos uma válvula onde poderíamos alocar projetos", contou o ministro.
De acordo Jungmann era preciso capitalizar a EMGEPRON. "E começou uma outra dura batalha de convencimento e contamos com a compreensão dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento), e particularmente, com o apoio firme do presidente Michel Temer. E assim uma solução foi encontrada. É algo que nos toca muito, a necessidade que tem o Brasil de contar com meios, sejam eles da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, compatíveis e de manter sua capacidade de dissuasão. Muito gente acha que porque há 147 anos não temos nenhum conflito interestatal. Reduza-se a capacidade operacional e de dissuasão e as ameaças brotam", alertou Jungmann.
O ministro também falou sobre a compra do navio multifunção Ocean, da Marinha inglesa. "E também estamos negociando a construção de navios patrulha."
Em sua mensagem, o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, agradeceu o empenho do ministro Jungmann e falou da expectativa da Marinha com os novos navios. "Neste momento que reunimos representantes de diversas empresas nacionais e internacionais, federações das indústrias, associações e sindicatos, estaleiros, gostaria de tecer alguns comentários sobre as corvetas Classe Tamandaré, que representa importante marco na retomada da construção de meios para o Núcleo do Poder Naval", disse o almirante.

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