Cruzamento entre Cacheado e João de Deus vem se tornando palco de acidentes

Um cruzamento localizado entre as comunidades do Cacheado e João de Deus, zona oeste de Petrolina, vem se tornando palco de frequentes acidentes.
O mais recente aconteceu por volta das 13h45 de hoje (24). Segundo informações repassadas ao WhatsApp do Blog, um carro atingiu um motociclista que passava no cruzamento.
Ferido, o condutor da moto – que não foi identificado – ficou à espera do Samu para ser levado ao hospital. Não há informações sobre seu estado de saúde.


O mais recente aconteceu por volta das 13h45 de hoje (24). Segundo informações repassadas ao WhatsApp do Blog, um carro atingiu um motociclista que passava no cruzamento.
Ferido, o condutor da moto – que não foi identificado – ficou à espera do Samu para ser levado ao hospital. Não há informações sobre seu estado de saúde.
Ouricuri: Prefeito decreta ponto facultativo para professores na segunda-feira
O prefeito de Ouricuri, Cezar de Preto, decretou ponto facultativo para os servidores das escolas públicas municipais na próxima segunda-feira (27). Devido ao feriado do dia do professor, comemorado no dia 15, o mesmo foi adiado para esta data.
As outras repartições ligadas à prefeitura, tais como secretarias, tesouraria e outros órgãos funcionarão normalmente no dia 27.

As outras repartições ligadas à prefeitura, tais como secretarias, tesouraria e outros órgãos funcionarão normalmente no dia 27.
Banco do Nordeste financia produtor rural estimulando exploração sustentável da Caatinga
O Banco do Nordeste elaborou uma cartilha virtual sobre o que é o Manejo Florestal, suas características e as possibilidades de financiamento. Os financiamentos para projetos de Manejo Florestal Sustentável da Caatinga são feitos através das linhas de crédito FNE-Verde e Pronaf-Floresta.
A partir de um Plano de Manejo, submetido e aprovado pelo órgão ambiental estadual, o produtor rural pode financiar o uso de suas áreas de vegetação natural de Caatinga, observada a reserva legal obrigatória para a região, de 20%.
Nos 80% restantes a exploração será sustentável, criando uma fonte adicional de renda na propriedade e, ao mesmo tempo, melhora as condições ambientais das terras.
“Com essa ação, o Banco do Nordeste fornece ferramentas para incentivar o financiamento da atividade de manejo florestal sustentável da Caatinga, considerada pelos especialistas em meio ambiente, a forma mais adequada de aliar a comercialização de produtos madeireiros e não madeireiros ao uso racional e sustentável das matas nativa”, ressalta o gerente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do BNB, Fran Bezerra.
A cartilha virtual pode ser acessada no Portal do Banco do Nordeste na internet (www.bnb.gov.br), no caminho Institucional > Responsabilidade Socioambiental > Linhas de Crédito Verde.
Dilma e Lula sabiam do esquema Petrobras - parte 1
A revista Veja liberou o conteúdo da bombástica reportagem de capa desta semana, na qual o doleiro Alberto Youssef revela que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula sabiam de todo o esquema montado na Petrobras pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. Liberou porque ninguém está conseguindo achar a revista nas bancas para comprar, algo muito estranho. Veja abaixo a primeira parte.
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais: “Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever”.
VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJA publica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer.
Os episódios narrados nesta reportagem foram relatados por seu autor, o doleiro Alberto Youssef, e anexados a seu processo de delação premiada.
Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro adequado para o julgamento de parlamentares e autoridades citados por ele e contra os quais garantiu às autoridades ter provas. Só então se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são ou não culpadas.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada.
Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, colocou os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se pôs à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais.
A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado desde março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, a cabeça raspada e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro.
Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Comparsa de Youssef na pilhagem da maior empresa brasileira, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já declarara aos policiais e procuradores que nos governos do PT a estatal foi usada para financiar as campanhas do partido e comprar a fidelidade de legendas aliadas. Parte da lista de corrompidos já veio a público.
Faltava clarear o lado dos corruptores. Na terça-feira, Youssef apresentou o ponto até agora mais “estarrecedor” — para usar uma expressão cara à presidente Dilma Rousseff — de sua delação premiada. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.
— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.
Dilma e Lula sabiam do esquema Petrobras - parte 2
Para conseguir os benefícios de um acordo de delação premiada, o criminoso atrai para si o ônus da prova. É de seu interesse, portanto, que não falsifique os fatos. Essa é a regra que Youssef aceitou. O doleiro não apresentou — e nem lhe foram pedidas — provas do que disse.
Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades. Ou seja, querem estar certos de que não lidam com um fabulador ou alguém interessado apenas em ganhar tempo fornecendo pistas falsas e fazendo acusações ao léu.
Youssef está se saindo bem e, a exemplo do que se passou com Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, tudo indica que seu processo de delação premiada será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais.
Aos investigadores, Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.
Uma vez feito o acordo, Youssef terá de entregar o que prometeu na fase atual da investigação. Ele já contou que pagava em nome do PT mesadas de 100 000 a 150 000 reais a parlamentares aliados ao partido no Congresso.
Citou nominalmente a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, a quem ele teria repassado 1 milhão de reais em 2010. Youssef disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba. A senadora negou ter sido beneficiada.
Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância para a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, à época líder do PP, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo.
Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal.
A empresa queixava-se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tivera seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse 1 milhão de reais entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.
Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa.
Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma — seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir de ordens do Planalto.
Os policiais estão impressionados com a fartura de detalhes narrados por Youssef com base, por enquanto, em sua memória. “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o doleiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari.
O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências.
Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a ajudar a PF a localizar as datas e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.
Depois da homologação da delação premiada, que parece assegurada pelo que ele disse até a semana passada, Youssef terá de apresentar à Justiça mais do que versões de episódios públicos envolvendo a presidente. Pela posição-chave de Youssef no esquema, os investigadores estão confiantes em que ele produzirá as provas necessárias para a investigação prosseguir.
Na semana que vem, Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da coordenação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na campanha presidencial de Dilma Rousseff.
Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba. Procurados, os defensores do doleiro não quiseram comentar as revelações de Youssef, justificando que o processo corre em segredo de Justiça.
Pelo que já contou e pelo que promete ainda entregar aos investigadores, Youssef está materializando sua ameaça velada feita dias atrás de que iria “chocar o país”.
Escrito por Magno Martins, às 21h01
Dilma e Lula sabiam do esquema Petrobras - parte 3
Alberto Youssef também voltou a detalhar os negócios que mantinha com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, homem forte da campanha de Dilma e conselheiro da Itaipu Binacional. Além de tratar dos interesses partidários com o dirigente petista, o doleiro confi rmou aos investigadores ter feito pelo menos duas grandes transferências de recursos a Vaccari.
O dinheiro, de acordo com o relato, foi repassado a partir de uma simulação de negócios entre grandes companhias e uma empresa-fantasma registrada em nome de laranjas mas criada pelo próprio Vaccari para ocultar as operações. Ele nega
ENTREGA NO SHOPPING
Alberto Youssef confirmou aos investigadores o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o dinheiro desviado da estatal para a campanha da exministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Segundo ele, o repasse dos recursos para a senadora petista, no valor de 1 milhão de reais, foi executado em quatro parcelas.
As entregas de dinheiro foram feitas em um shopping center no centro de Curitiba. Intermediários enviados por ambos entregaram e receberam os pacotes. Em nota, a senadora disse que não recebeu nenhuma doação de campanha nem conhece Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef.
ELE TAMBÉM SABIA
Durante o segundo mandato de Lula, o doleiro contou que foi chamado pelo presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli, para tratar de um assunto que preocupava o Planalto. Uma das empresas com contratos de publicidade na estatal ameaçava revelar o esquema de cobrança de pedágio.
Motivo: depois de pagar propina antecipadamente, a empresa teve seu contrato rescindido. Ameaçado pelo proprietário, Gabrielli pediu ao doleiro que captasse 1 milhão de reais com as empreiteiras do esquema e devolvesse a quantia à empresa de publicidade. Gabrielli não quis se pronunciar
CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR
Desde que Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula em 2002, admitiu na CPI dos Correios ter recebido pagamentos de campanha no exterior (10 milhões de dólares), pairam sobre o partido suspeitas concretas da existência de dinheiro escondido em paraísos fi scais.
Para os interrogadores de Alberto Youssef, no entanto, essas dúvidas estão começando a se transformar em certeza. O doleiro não apenas confi rmou a existência das contas do PT no exterior como se diz capaz de ajudar a identifi cá-las, fornecendo detalhes de operações realizadas, o número e a localização de algumas delas.
UM PERSONAGEM AINDA OCULTO
O doleiro narrou a um interlocutor que seu esquema criminoso por pouco não atuou na campanha presidencial deste ano. Nos primeiros dias de março, Youssef recebeu a ligação de um homem, identifi cado por ele apenas como “Felipe”, integrante da cúpula de campanha do PT.
Ele queria os serviços de Youssef para repatriar 20 milhões de reais que seriam usados no caixa eleitoral. Youssef disse que chegou a marcar uma segunda conversa para tratar da operação, mas o negócio não foi adiante porque ele foi preso dias depois. Esse trecho ainda não foi formalizado às autoridades.
Quem delata pode mentir?
A delação premiada tem uma regra de ouro: quem a pleiteia não pode mentir. Se, em qualquer momento, fi car provado que o delator não contou a verdade, os benefícios que recebeu como parte do acordo, como a liberdade provisória, são imediatamente suspensos e ele fica sujeito a ter sua pena de prisão aumentada em até quatro anos.
Para ter validade, a delação premiada precisa ser combinada com o Ministério Público e homologada pela Justiça. O doleiro Alberto Youssef assinou o acordo com o MP no fi m de setembro. Desde então, vem dando depoimentos diários aos procuradores que investigam o caso Petrobras.
Se suas informações forem consideradas relevantes e consistentes, a Justiça - nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, já que o doleiro mencionou políticos - homologará o acordo e Youssef será posto em liberdade, como já ocorreu com outro delator envolvido no mesmo caso, Paulo Roberto Costa.
O ex-diretor da Petrobras deu detalhes ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre o funcionamento do esquema milionário de pagamento de propinas que funcionava na estatal e benefi ciava políticos de partidos da base aliada do governo. Ele já deixou a cadeia e aguarda o julgamento em liberdade. O doleiro continua preso.
Até o ano passado, a lei brasileira previa que o delator só poderia usufruir os benefícios do acordo de delação ao fi m do processo com o qual havia colaborado - e se o juiz assim decidisse. Ou seja, apenas depois que aqueles que ele tivesse incriminado fossem julgados é que a Justiça resolveria se o delator mereceria ganhar a liberdade.
Desde agosto de 2013, no entanto, esses benefícios passaram a valer imediatamente depois da homologação do acordo. “Foi uma forma de estimular a prática. Você deixa de punir o peixe pequeno para pegar o grande”, diz o promotor Arthur Lemos Júnior, que participou da elaboração da nova lei.
Mais famoso - e prolífero - delator da história recente, o mafi oso Tommaso Buscetta levou à cadeia cerca de 300 comparsas. Preso no Brasil em 1983, fechou acordo com a Justiça italiana e foi peça-chave na Operação Mãos Limpas, responsável pelo desmonte da máfi a siciliana. Depois disso, conseguiu proteção para ele e a família e viveu livre nos Estados Unidos até sua morte, em 2000.
Escrito por Magno Martins, às 21h00
Ouça o Frente a Frente desta sexta-feira (24/10)
Se você perdeu o Frente a Frente desta sexta, 24 de outubro de 2014, programa que apresento de segunda-feira a sexta-feira, ao lado da jornalista Eduarda Feitosa, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha FM 96,7 formada por 40 emissoras, Clique aqui e ouça agora.
Escrito por Magno Martins, às 20h05
Falcão: se reportagem for usada em debate, tem resposta
O presidente do PT, Rui Falcão, minimizou o impacto das denúncias da revista Veja na reta final da campanha da presidente Dilma Rousseff. Ele disse não acreditar que o tema seja abordado pelo adversário tucano, Aécio Neves, no debate desta noite, na TV Globo, mas afirmou que, se for, "terá resposta". Falcão disse ainda que espera um debate "sereno" e com "respeito" aos eleitores presentes.
"Estamos numa fase da eleição, depois do acordo do TSE, que os candidatos devem usar o debate para debater suas propostas para o País. Hoje tem um bloco de indecisos, os candidatos vão falar para o eleitor sobre as políticas, com perguntas e temas que tem que ter respeito a quem está ali. Eles querem resposta sobre saúde, educação, segurança", afirmou.
No debate desta noite, as regras permitem que um grupo de eleitores indecisos, selecionados pela produção, façam perguntas sobre temas específicos aos candidatos. Também estão previstos perguntas diretas entre os candidatos.
Escrito por Magno Martins, às 20h00
Aécio acusa PT de tentar censurar a revista Veja
Em rápido pronunciamento à imprensa, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de tentar censurar a última edição da revista Veja, publicada nesta sexta-feira. O tucano fez apenas uma declaração sobre a reportagem de capa da revista Veja, que diz que o doleiro Alberto Youssef, preso desde março, afirmou que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) tinham conhecimento do suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
“A denúncia é extremamente grave e tem que ser confirmada, mas é preciso que seja também apurada”, afirmou o candidato tucano, que acusou o PT de tentar censurar a publicação. “O Brasil merece uma resposta daqueles que governam o País. Infelizmente, a única manifestação foi pela censura, pela retirada de circulação da maior revista nacional. Essa não é, certamente, a resposta que os brasileiros aguardam”.
O candidato tucano recusou-se a responder a perguntas de jornalistas, ao contrário do que tem feito diariamente durante a campanha, quando grava depoimentos para emissoras de TV. “Hoje não vou dar entrevista. Vou fazer apenas uma declaração em razão da relevância do tema”, disse em uma sala do Hotel Sheraton, no Leblon, zona Sul do Rio, onde passou o dia se preparando para o debate desta noite na TV Globo.
Debate: corrupção esquenta enfrentamento Dilma-Aécio
O Globo
No último debate da campanha presidencial, nesta sexta-feira à noite, na TV Globo, a troca de acusações que marcou a campanha veio logo no início do embate entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves(PSDB). O tucano, em sua primeira intervenção, disse que era alvo de boatos, como o de que tiraria do cadastro beneficiados pelo Bolsa Família, e lembrou o escândalo da Petrobras, com as denúncias veiculadas esta semana pela revista “Veja”, segundo as quais o doleiro Alberto Youssef acusou Dilma e e o ex-presidente Lula de saberem dos desvios na estatal.
— Essa campanha vai passar para a História como a mais sórdida. A calúnia e a infâmia foram feitas não só em relação a mim, em relação a Eduardo Campos, a Marina. Isso é um péssimo exemplo. A revista publica que um dos delatores disse que a senhora e Lula tinha conhecimento da corrupção na Petrobras. A senhora sabia da corrupção na Petrobras?
Em resposta, Dilma acusou o tucano de fazer uma campanha “extremamente agressiva” contra ela e negou as denúncias. Afirmou que a revista faz “oposição sistemática” aos governos petistas e promove um “golpe eleitoral”.
— A “Revista Veja” não apresenta nenhuma prova do que faz. Manifesto a minha inteira indignação porque a revista tem hábito de, na reta final das campanhas, tentar dar um golpe eleitoral e isso não é a primeira vez. Fez em 2002, em 2006, em 2010 e agora faz em 2014. O povo não é bobo e sabe que está sendo manipulada essa informação porque não foi apresentada nenhuma prova. Irei à Justiça para me defender.
COMPARAÇÕES ENTRE GOVERNOS
Aécio manteve a ofensiva e, ao abordar os problemas de infraestrutura do país, criticou o governo federal por ter investido R$ 2 bilhões na construção do Porto Muriel, em Cuba, quando, disse, o país carece de investimentos em ferrovias e portos. Na resposta, Dilma usou a estratégia, repetida ao longo do debate, de comparar os governos petistas com os de Fernando Henrique Cardoso. Disse que a iniciativa será benéfica para empresas brasileiras e afirmou que o ex-presidente também financiou empresas para “colocar produtos em Cuba e Venezuela”.
Nas seguidas comparações que fez com governos tucanos, Dilma acusou o PSDB de ter deixado o Banco do Brasil com uma “grave dívida” e de ter quebrado a Caixa Econômica Federal e o BNDES.
— Vocês reduziram (os bancos) ao tamanho que achavam que devia ter — disse Dilma.
A presidente ouviu então de Aécio a acusação de que o PT aparelha a máquina pública.
— O Banco do Brasil tem 37 diretorias, um terço delas ocupadas por filiados do PT.
No debate econômico, Dilma disse que não era verdade que ela é a primeira presidente a a entregar um governo com a inflação maior do que recebeu:
— No últimos dez anos tivemos dentro dos limites da meta. Quem não mantinha (a meta) era o governo Fernando Henrique.
— Quer dizer que foi o PT que controlou a inflação e não nós? Tenho orgulho de ter um aliado como o Fernando Henrique, a quem a senhora teceu elogios.
PARTICIPAÇÃO DE INDECISOS
No segundo bloco, em que, pela primeira vez, eleitores indecisos fizeram perguntas diretamente aos candidatos, a discussão se voltou para a vida real, tornando o debate menos agressivo e mais propositivo. Logo na primeira pergunta, sobre os altos aluguéis, Dilma e Aécio foram obrigados a discutir a inflação, sem acusações mútuas.
Dilma aproveitou a pergunta para falar de um de seus principais programas, o Minha Casa Minha Vida, destacando que ele contempla quem ganha até R$ 5 mil, com faixas de subsídio. A candidata disse que seu compromisso é fazer mais três milhões de casas, ampliando as faixas de renda.
— Tenho certeza de que você poderá ser contemplado caso seja uma das pessoas sorteadas — disse Dilma, dirigindo-se ao eleitor.
Aécio procurou desconstruir os números oficiais. Disse que foi entregue apenas metade das três milhões de casas anunciadas. O tucano prometeu ampliar os programas de habitação no país.
A pergunta sobre educação proporcionou um confronto de realizações entre Dilma, no governo federal, e Aécio, no governo de Minas Gerais. No entanto, os candidatos convergiram sobre a necessidade de mais creches, melhora no ensino médio e na valorização dos professores.
Sobre o tema da corrupção, levantado por uma eleitora de Minas, Dilma concordou que a lei é branda para punir corruptos e corruptores e enumerou propostas que fez para endurecer a lei. Aécio disse que a eleitora expressava o sentimento de indignação de milhões de brasileiros com a corrupção e afirmou que algumas propostas listadas por Dilma tramitaram no Congresso, mas sem empenho do governo em aprová-las.
— Existe uma medida acima de todas as outras para combater a corrupção, tirar o PT do governo — afirmou o tucano.
‘MEU BANHO MINHA VIDA’
No terceiro bloco, em que os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, Dilma alfinetou os tucanos ao falar sobre a importância do planejamento e em seguida lembrou a falta de água em São Paulo, governada pelo PSDB. Aécio disse que faltou planejamento, mas do governo federal, que, segundo ele, não teria colaborado com o governo paulista. Citou o Tribunal de Contas da União (TCU), que teria acionado o governo federal por isso. Dilma procurou ser irônica e, após, dizer que água é responsabilidade dos governos estaduais, citou o humorista José Simão:
— Vocês estão levando o estado para ter o programa “meu banho minha vida”.
Aécio, que já havia citado o “Petrolão”, referência ao escândalo da Petrobras, lembrou o julgamento do mensalão e voltou a criticar o PT por tratar os petistas condenados como “heróis nacionais”. E perguntou a Dilma o que achava da condenação do ex-ministro José Dirceu. Sem responder diretamente ao tucano, a presidente lembrou o mensalão mineiro, no governo do tucano Eduardo Azeredo (a quem chamou de Renato Azeredo):
— O mensalão do meu partido teve condenados. No mensalão do seu partido, não teve condenados nem punidos — disse Dilma, lembrando outros escândalos envolvendo tucanos que, segundo ela, não tiveram punição, como Sivam e pasta rosa.
Aécio contra-atacou e disse que um dos principais envolvidos no mensalão mineiro é ligado ao PT:
— Walfrido Mares Guias foi coodenador de sua campanha em Minas — afirmou Aécio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS


Debate: driblar perguntas embaraçosas foi a regra

Clovis Rossi - Folha de S.Paulo
Ensaio tira espontaneidade da discussão; impossível dizer quem ganhou, e provavelmente mudaram pouco os votos
CANDIDATOS ADOTAM UM MANUAL COM UMA REGRA BÁSICA: JAMAIS RESPONDER DIRETAMENTE A UMA PERGUNTA EMBARAÇOSA
O jornalismo e o mundo político parecem sofrer do que se poderia chamar de 'síndrome de Kennedy-Nixon'.
Explico: em 1960, o democrata John Kennedy e o republicano Richard Nixon travaram os primeiros debates da história pela televisão. Foram quatro e, no primeiro deles, Kennedy estraçalhou Nixon. Acabou eleito.
Nos 54 anos seguintes, sempre os jornalistas e os políticos esperavam que algum Kennedy abatesse algum Nixon.
Nunca ocorreu. Quer dizer, houve o episódio do debate Lula/Collor, em 1989, em que uma edição espantosamente favorável a Collor pela TV Globo (não o debate em si) ajudou o candidato afinal vencedor.
Neste ano, a 'síndrome Kennedy-Nixon' não funcionou de novo nem nesta sexta-feira (24) nem nos três debates anteriores.
Candidatos e marqueteiros aprenderam daquele embate inicial e adotam, sempre, um manual de comportamento com uma regra básica: jamais responder diretamente a uma pergunta embaraçosa.
Exemplo desta sexta-feira: Aécio insistiu em cobrar de Dilma uma posição a respeito da condenação de José Dirceu. Dilma insistiu em desviar o assunto para o escândalo do mensalão mineiro, pelo qual ninguém foi punido.
Uma segunda regra de ouro: repetir à exaustão promessas, propostas, críticas e comparações (naturalmente desfavoráveis ao adversário) feitas durante o horário eleitoral gratuito.
Ou seja, repete-se, na medida do possível, o que é exaustivamente ensaiado, o que tira parte da espontaneidade da discussão.
Foi o que aconteceu nesta sexta-feira.
Nem a denúncia que a revista 'Veja' levou à capa de uma edição antecipada foi capaz de eletrizar de fato o debate da Globo.
Não que tenha sido suave. Nem é para ser. Mas não houve baixaria.
Impossível dizer quem ganhou, seja na sexta-feira, seja no conjunto dos quatro debates. Muito provavelmente, mudaram pouco os votos, tanto que, na única pesquisa divulgada sobre debates anteriores, a maioria não soube dizer quem ganhou.
Sede da Veja é pichada em São Paulo

Manifestação contra publicação da "Veja" espalhou lixo em frente a prédio da Editora Abril
Em protesto contra reportagem da revista 'Veja', cerca de 50 pessoas picharam a sede da editora Abril em São Paulo e espalharam edições picadas da 'Veja' diante do prédio nesta sexta-feira (24). Na calçada e nas paredes da Abril foram escritas as frases 'Veja mente' e 'Fora Veja'.Após a presidente Dilma Rousseff utilizar o horário eleitoral para criticar a reportagem publicada pela 'Veja', a revista divulgou nota em que negou ter aberto exceção ao antecipar sua distribuição para a antevéspera das eleições presidenciais deste ano.
'Em quatro das últimas cinco eleições presidenciais, VEJA circulou antecipadamente, no primeiro turno ou no segundo', diz o texto distribuído pela revista.
Segundo a nota, os fatos narrados na reportagem ocorreram na terça-feira (21), a apuração sobre eles começou no mesmo dia, mas a revista 'só atingiu o grau de certeza e clareza necessária para publicação' na tarde de quinta.
A 'Veja' também diz que Dilma, ao atacar a revista, criticou o 'mensageiro', mas que o 'cerne do problema' foi produzido pelos fatos 'degradantes' na Petrobras.
A revista termina dizendo que reconhece em Dilma uma defensora da liberdade de imprensa e que espera que essa qualidade não se abale quando são revelados fatos que lhe 'possam ser pessoal ou eleitoralmente prejudiciais'.
Na seção 'Carta ao Leitor' de sua edição desta sexta, a 'Veja' disse que 'não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato', mas sim para 'aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes'. (Da Folha de S.Paulo)

A partir de um Plano de Manejo, submetido e aprovado pelo órgão ambiental estadual, o produtor rural pode financiar o uso de suas áreas de vegetação natural de Caatinga, observada a reserva legal obrigatória para a região, de 20%.
Nos 80% restantes a exploração será sustentável, criando uma fonte adicional de renda na propriedade e, ao mesmo tempo, melhora as condições ambientais das terras.
“Com essa ação, o Banco do Nordeste fornece ferramentas para incentivar o financiamento da atividade de manejo florestal sustentável da Caatinga, considerada pelos especialistas em meio ambiente, a forma mais adequada de aliar a comercialização de produtos madeireiros e não madeireiros ao uso racional e sustentável das matas nativa”, ressalta o gerente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do BNB, Fran Bezerra.
A cartilha virtual pode ser acessada no Portal do Banco do Nordeste na internet (www.bnb.gov.br), no caminho Institucional > Responsabilidade Socioambiental > Linhas de Crédito Verde.
Dilma e Lula sabiam do esquema Petrobras - parte 1 | |
A revista Veja liberou o conteúdo da bombástica reportagem de capa desta semana, na qual o doleiro Alberto Youssef revela que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula sabiam de todo o esquema montado na Petrobras pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. Liberou porque ninguém está conseguindo achar a revista nas bancas para comprar, algo muito estranho. Veja abaixo a primeira parte.
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais: “Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever”.
VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJA publica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer.
Os episódios narrados nesta reportagem foram relatados por seu autor, o doleiro Alberto Youssef, e anexados a seu processo de delação premiada.
Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro adequado para o julgamento de parlamentares e autoridades citados por ele e contra os quais garantiu às autoridades ter provas. Só então se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são ou não culpadas.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada.
Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, colocou os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se pôs à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais.
A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado desde março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, a cabeça raspada e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro.
Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Comparsa de Youssef na pilhagem da maior empresa brasileira, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já declarara aos policiais e procuradores que nos governos do PT a estatal foi usada para financiar as campanhas do partido e comprar a fidelidade de legendas aliadas. Parte da lista de corrompidos já veio a público.
Faltava clarear o lado dos corruptores. Na terça-feira, Youssef apresentou o ponto até agora mais “estarrecedor” — para usar uma expressão cara à presidente Dilma Rousseff — de sua delação premiada. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.
— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.
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Dilma e Lula sabiam do esquema Petrobras - parte 2 | |
Para conseguir os benefícios de um acordo de delação premiada, o criminoso atrai para si o ônus da prova. É de seu interesse, portanto, que não falsifique os fatos. Essa é a regra que Youssef aceitou. O doleiro não apresentou — e nem lhe foram pedidas — provas do que disse.
Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades. Ou seja, querem estar certos de que não lidam com um fabulador ou alguém interessado apenas em ganhar tempo fornecendo pistas falsas e fazendo acusações ao léu.
Youssef está se saindo bem e, a exemplo do que se passou com Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, tudo indica que seu processo de delação premiada será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais.
Aos investigadores, Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.
Uma vez feito o acordo, Youssef terá de entregar o que prometeu na fase atual da investigação. Ele já contou que pagava em nome do PT mesadas de 100 000 a 150 000 reais a parlamentares aliados ao partido no Congresso.
Citou nominalmente a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, a quem ele teria repassado 1 milhão de reais em 2010. Youssef disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba. A senadora negou ter sido beneficiada.
Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância para a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, à época líder do PP, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo.
Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal.
A empresa queixava-se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tivera seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse 1 milhão de reais entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.
Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa.
Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma — seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir de ordens do Planalto.
Os policiais estão impressionados com a fartura de detalhes narrados por Youssef com base, por enquanto, em sua memória. “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o doleiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari.
O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências.
Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a ajudar a PF a localizar as datas e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.
Depois da homologação da delação premiada, que parece assegurada pelo que ele disse até a semana passada, Youssef terá de apresentar à Justiça mais do que versões de episódios públicos envolvendo a presidente. Pela posição-chave de Youssef no esquema, os investigadores estão confiantes em que ele produzirá as provas necessárias para a investigação prosseguir.
Na semana que vem, Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da coordenação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na campanha presidencial de Dilma Rousseff.
Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba. Procurados, os defensores do doleiro não quiseram comentar as revelações de Youssef, justificando que o processo corre em segredo de Justiça.
Pelo que já contou e pelo que promete ainda entregar aos investigadores, Youssef está materializando sua ameaça velada feita dias atrás de que iria “chocar o país”.
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Escrito por Magno Martins, às 21h01 | |
Dilma e Lula sabiam do esquema Petrobras - parte 3 | |
Alberto Youssef também voltou a detalhar os negócios que mantinha com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, homem forte da campanha de Dilma e conselheiro da Itaipu Binacional. Além de tratar dos interesses partidários com o dirigente petista, o doleiro confi rmou aos investigadores ter feito pelo menos duas grandes transferências de recursos a Vaccari.
O dinheiro, de acordo com o relato, foi repassado a partir de uma simulação de negócios entre grandes companhias e uma empresa-fantasma registrada em nome de laranjas mas criada pelo próprio Vaccari para ocultar as operações. Ele nega
ENTREGA NO SHOPPING
Alberto Youssef confirmou aos investigadores o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o dinheiro desviado da estatal para a campanha da exministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Segundo ele, o repasse dos recursos para a senadora petista, no valor de 1 milhão de reais, foi executado em quatro parcelas.
As entregas de dinheiro foram feitas em um shopping center no centro de Curitiba. Intermediários enviados por ambos entregaram e receberam os pacotes. Em nota, a senadora disse que não recebeu nenhuma doação de campanha nem conhece Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef.
ELE TAMBÉM SABIA
Durante o segundo mandato de Lula, o doleiro contou que foi chamado pelo presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli, para tratar de um assunto que preocupava o Planalto. Uma das empresas com contratos de publicidade na estatal ameaçava revelar o esquema de cobrança de pedágio.
Motivo: depois de pagar propina antecipadamente, a empresa teve seu contrato rescindido. Ameaçado pelo proprietário, Gabrielli pediu ao doleiro que captasse 1 milhão de reais com as empreiteiras do esquema e devolvesse a quantia à empresa de publicidade. Gabrielli não quis se pronunciar
CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR
Para os interrogadores de Alberto Youssef, no entanto, essas dúvidas estão começando a se transformar em certeza. O doleiro não apenas confi rmou a existência das contas do PT no exterior como se diz capaz de ajudar a identifi cá-las, fornecendo detalhes de operações realizadas, o número e a localização de algumas delas.
UM PERSONAGEM AINDA OCULTO
O doleiro narrou a um interlocutor que seu esquema criminoso por pouco não atuou na campanha presidencial deste ano. Nos primeiros dias de março, Youssef recebeu a ligação de um homem, identifi cado por ele apenas como “Felipe”, integrante da cúpula de campanha do PT.
Ele queria os serviços de Youssef para repatriar 20 milhões de reais que seriam usados no caixa eleitoral. Youssef disse que chegou a marcar uma segunda conversa para tratar da operação, mas o negócio não foi adiante porque ele foi preso dias depois. Esse trecho ainda não foi formalizado às autoridades.
Quem delata pode mentir?
A delação premiada tem uma regra de ouro: quem a pleiteia não pode mentir. Se, em qualquer momento, fi car provado que o delator não contou a verdade, os benefícios que recebeu como parte do acordo, como a liberdade provisória, são imediatamente suspensos e ele fica sujeito a ter sua pena de prisão aumentada em até quatro anos.
Para ter validade, a delação premiada precisa ser combinada com o Ministério Público e homologada pela Justiça. O doleiro Alberto Youssef assinou o acordo com o MP no fi m de setembro. Desde então, vem dando depoimentos diários aos procuradores que investigam o caso Petrobras.
Se suas informações forem consideradas relevantes e consistentes, a Justiça - nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, já que o doleiro mencionou políticos - homologará o acordo e Youssef será posto em liberdade, como já ocorreu com outro delator envolvido no mesmo caso, Paulo Roberto Costa.
O ex-diretor da Petrobras deu detalhes ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre o funcionamento do esquema milionário de pagamento de propinas que funcionava na estatal e benefi ciava políticos de partidos da base aliada do governo. Ele já deixou a cadeia e aguarda o julgamento em liberdade. O doleiro continua preso.
Até o ano passado, a lei brasileira previa que o delator só poderia usufruir os benefícios do acordo de delação ao fi m do processo com o qual havia colaborado - e se o juiz assim decidisse. Ou seja, apenas depois que aqueles que ele tivesse incriminado fossem julgados é que a Justiça resolveria se o delator mereceria ganhar a liberdade.
Desde agosto de 2013, no entanto, esses benefícios passaram a valer imediatamente depois da homologação do acordo. “Foi uma forma de estimular a prática. Você deixa de punir o peixe pequeno para pegar o grande”, diz o promotor Arthur Lemos Júnior, que participou da elaboração da nova lei.
Mais famoso - e prolífero - delator da história recente, o mafi oso Tommaso Buscetta levou à cadeia cerca de 300 comparsas. Preso no Brasil em 1983, fechou acordo com a Justiça italiana e foi peça-chave na Operação Mãos Limpas, responsável pelo desmonte da máfi a siciliana. Depois disso, conseguiu proteção para ele e a família e viveu livre nos Estados Unidos até sua morte, em 2000.
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Escrito por Magno Martins, às 21h00 | |
Ouça o Frente a Frente desta sexta-feira (24/10) | |
Se você perdeu o Frente a Frente desta sexta, 24 de outubro de 2014, programa que apresento de segunda-feira a sexta-feira, ao lado da jornalista Eduarda Feitosa, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha FM 96,7 formada por 40 emissoras, Clique aqui e ouça agora. | |
Escrito por Magno Martins, às 20h05 | |
Falcão: se reportagem for usada em debate, tem resposta | |
O presidente do PT, Rui Falcão, minimizou o impacto das denúncias da revista Veja na reta final da campanha da presidente Dilma Rousseff. Ele disse não acreditar que o tema seja abordado pelo adversário tucano, Aécio Neves, no debate desta noite, na TV Globo, mas afirmou que, se for, "terá resposta". Falcão disse ainda que espera um debate "sereno" e com "respeito" aos eleitores presentes. "Estamos numa fase da eleição, depois do acordo do TSE, que os candidatos devem usar o debate para debater suas propostas para o País. Hoje tem um bloco de indecisos, os candidatos vão falar para o eleitor sobre as políticas, com perguntas e temas que tem que ter respeito a quem está ali. Eles querem resposta sobre saúde, educação, segurança", afirmou. No debate desta noite, as regras permitem que um grupo de eleitores indecisos, selecionados pela produção, façam perguntas sobre temas específicos aos candidatos. Também estão previstos perguntas diretas entre os candidatos. | |
Escrito por Magno Martins, às 20h00 | |
Aécio acusa PT de tentar censurar a revista Veja | |
Em rápido pronunciamento à imprensa, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de tentar censurar a última edição da revista Veja, publicada nesta sexta-feira. O tucano fez apenas uma declaração sobre a reportagem de capa da revista Veja, que diz que o doleiro Alberto Youssef, preso desde março, afirmou que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) tinham conhecimento do suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. “A denúncia é extremamente grave e tem que ser confirmada, mas é preciso que seja também apurada”, afirmou o candidato tucano, que acusou o PT de tentar censurar a publicação. “O Brasil merece uma resposta daqueles que governam o País. Infelizmente, a única manifestação foi pela censura, pela retirada de circulação da maior revista nacional. Essa não é, certamente, a resposta que os brasileiros aguardam”. O candidato tucano recusou-se a responder a perguntas de jornalistas, ao contrário do que tem feito diariamente durante a campanha, quando grava depoimentos para emissoras de TV. “Hoje não vou dar entrevista. Vou fazer apenas uma declaração em razão da relevância do tema”, disse em uma sala do Hotel Sheraton, no Leblon, zona Sul do Rio, onde passou o dia se preparando para o debate desta noite na TV Globo. |
Debate: corrupção esquenta enfrentamento Dilma-Aécio |
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O Globo
No último debate da campanha presidencial, nesta sexta-feira à noite, na TV Globo, a troca de acusações que marcou a campanha veio logo no início do embate entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves(PSDB). O tucano, em sua primeira intervenção, disse que era alvo de boatos, como o de que tiraria do cadastro beneficiados pelo Bolsa Família, e lembrou o escândalo da Petrobras, com as denúncias veiculadas esta semana pela revista “Veja”, segundo as quais o doleiro Alberto Youssef acusou Dilma e e o ex-presidente Lula de saberem dos desvios na estatal.
— Essa campanha vai passar para a História como a mais sórdida. A calúnia e a infâmia foram feitas não só em relação a mim, em relação a Eduardo Campos, a Marina. Isso é um péssimo exemplo. A revista publica que um dos delatores disse que a senhora e Lula tinha conhecimento da corrupção na Petrobras. A senhora sabia da corrupção na Petrobras?
Em resposta, Dilma acusou o tucano de fazer uma campanha “extremamente agressiva” contra ela e negou as denúncias. Afirmou que a revista faz “oposição sistemática” aos governos petistas e promove um “golpe eleitoral”.
— A “Revista Veja” não apresenta nenhuma prova do que faz. Manifesto a minha inteira indignação porque a revista tem hábito de, na reta final das campanhas, tentar dar um golpe eleitoral e isso não é a primeira vez. Fez em 2002, em 2006, em 2010 e agora faz em 2014. O povo não é bobo e sabe que está sendo manipulada essa informação porque não foi apresentada nenhuma prova. Irei à Justiça para me defender.
COMPARAÇÕES ENTRE GOVERNOS
Aécio manteve a ofensiva e, ao abordar os problemas de infraestrutura do país, criticou o governo federal por ter investido R$ 2 bilhões na construção do Porto Muriel, em Cuba, quando, disse, o país carece de investimentos em ferrovias e portos. Na resposta, Dilma usou a estratégia, repetida ao longo do debate, de comparar os governos petistas com os de Fernando Henrique Cardoso. Disse que a iniciativa será benéfica para empresas brasileiras e afirmou que o ex-presidente também financiou empresas para “colocar produtos em Cuba e Venezuela”.
Nas seguidas comparações que fez com governos tucanos, Dilma acusou o PSDB de ter deixado o Banco do Brasil com uma “grave dívida” e de ter quebrado a Caixa Econômica Federal e o BNDES.
— Vocês reduziram (os bancos) ao tamanho que achavam que devia ter — disse Dilma.
A presidente ouviu então de Aécio a acusação de que o PT aparelha a máquina pública.
— O Banco do Brasil tem 37 diretorias, um terço delas ocupadas por filiados do PT.
No debate econômico, Dilma disse que não era verdade que ela é a primeira presidente a a entregar um governo com a inflação maior do que recebeu:
— No últimos dez anos tivemos dentro dos limites da meta. Quem não mantinha (a meta) era o governo Fernando Henrique.
— Quer dizer que foi o PT que controlou a inflação e não nós? Tenho orgulho de ter um aliado como o Fernando Henrique, a quem a senhora teceu elogios.
PARTICIPAÇÃO DE INDECISOS
No segundo bloco, em que, pela primeira vez, eleitores indecisos fizeram perguntas diretamente aos candidatos, a discussão se voltou para a vida real, tornando o debate menos agressivo e mais propositivo. Logo na primeira pergunta, sobre os altos aluguéis, Dilma e Aécio foram obrigados a discutir a inflação, sem acusações mútuas.
Dilma aproveitou a pergunta para falar de um de seus principais programas, o Minha Casa Minha Vida, destacando que ele contempla quem ganha até R$ 5 mil, com faixas de subsídio. A candidata disse que seu compromisso é fazer mais três milhões de casas, ampliando as faixas de renda.
— Tenho certeza de que você poderá ser contemplado caso seja uma das pessoas sorteadas — disse Dilma, dirigindo-se ao eleitor.
Aécio procurou desconstruir os números oficiais. Disse que foi entregue apenas metade das três milhões de casas anunciadas. O tucano prometeu ampliar os programas de habitação no país.
A pergunta sobre educação proporcionou um confronto de realizações entre Dilma, no governo federal, e Aécio, no governo de Minas Gerais. No entanto, os candidatos convergiram sobre a necessidade de mais creches, melhora no ensino médio e na valorização dos professores.
Sobre o tema da corrupção, levantado por uma eleitora de Minas, Dilma concordou que a lei é branda para punir corruptos e corruptores e enumerou propostas que fez para endurecer a lei. Aécio disse que a eleitora expressava o sentimento de indignação de milhões de brasileiros com a corrupção e afirmou que algumas propostas listadas por Dilma tramitaram no Congresso, mas sem empenho do governo em aprová-las.
— Existe uma medida acima de todas as outras para combater a corrupção, tirar o PT do governo — afirmou o tucano.
‘MEU BANHO MINHA VIDA’
No terceiro bloco, em que os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, Dilma alfinetou os tucanos ao falar sobre a importância do planejamento e em seguida lembrou a falta de água em São Paulo, governada pelo PSDB. Aécio disse que faltou planejamento, mas do governo federal, que, segundo ele, não teria colaborado com o governo paulista. Citou o Tribunal de Contas da União (TCU), que teria acionado o governo federal por isso. Dilma procurou ser irônica e, após, dizer que água é responsabilidade dos governos estaduais, citou o humorista José Simão:
— Vocês estão levando o estado para ter o programa “meu banho minha vida”.
Aécio, que já havia citado o “Petrolão”, referência ao escândalo da Petrobras, lembrou o julgamento do mensalão e voltou a criticar o PT por tratar os petistas condenados como “heróis nacionais”. E perguntou a Dilma o que achava da condenação do ex-ministro José Dirceu. Sem responder diretamente ao tucano, a presidente lembrou o mensalão mineiro, no governo do tucano Eduardo Azeredo (a quem chamou de Renato Azeredo):
— O mensalão do meu partido teve condenados. No mensalão do seu partido, não teve condenados nem punidos — disse Dilma, lembrando outros escândalos envolvendo tucanos que, segundo ela, não tiveram punição, como Sivam e pasta rosa.
Aécio contra-atacou e disse que um dos principais envolvidos no mensalão mineiro é ligado ao PT:
— Walfrido Mares Guias foi coodenador de sua campanha em Minas — afirmou Aécio.CONSIDERAÇÕES FINAIS ![]() ![]() |
Debate: driblar perguntas embaraçosas foi a regra |
![]() Clovis Rossi - Folha de S.Paulo Ensaio tira espontaneidade da discussão; impossível dizer quem ganhou, e provavelmente mudaram pouco os votos
CANDIDATOS ADOTAM UM MANUAL COM UMA REGRA BÁSICA: JAMAIS RESPONDER DIRETAMENTE A UMA PERGUNTA EMBARAÇOSA
O jornalismo e o mundo político parecem sofrer do que se poderia chamar de 'síndrome de Kennedy-Nixon'.Explico: em 1960, o democrata John Kennedy e o republicano Richard Nixon travaram os primeiros debates da história pela televisão. Foram quatro e, no primeiro deles, Kennedy estraçalhou Nixon. Acabou eleito. Nos 54 anos seguintes, sempre os jornalistas e os políticos esperavam que algum Kennedy abatesse algum Nixon. Nunca ocorreu. Quer dizer, houve o episódio do debate Lula/Collor, em 1989, em que uma edição espantosamente favorável a Collor pela TV Globo (não o debate em si) ajudou o candidato afinal vencedor. Neste ano, a 'síndrome Kennedy-Nixon' não funcionou de novo nem nesta sexta-feira (24) nem nos três debates anteriores. Candidatos e marqueteiros aprenderam daquele embate inicial e adotam, sempre, um manual de comportamento com uma regra básica: jamais responder diretamente a uma pergunta embaraçosa. Exemplo desta sexta-feira: Aécio insistiu em cobrar de Dilma uma posição a respeito da condenação de José Dirceu. Dilma insistiu em desviar o assunto para o escândalo do mensalão mineiro, pelo qual ninguém foi punido. Uma segunda regra de ouro: repetir à exaustão promessas, propostas, críticas e comparações (naturalmente desfavoráveis ao adversário) feitas durante o horário eleitoral gratuito. Ou seja, repete-se, na medida do possível, o que é exaustivamente ensaiado, o que tira parte da espontaneidade da discussão. Foi o que aconteceu nesta sexta-feira. Nem a denúncia que a revista 'Veja' levou à capa de uma edição antecipada foi capaz de eletrizar de fato o debate da Globo. Não que tenha sido suave. Nem é para ser. Mas não houve baixaria. Impossível dizer quem ganhou, seja na sexta-feira, seja no conjunto dos quatro debates. Muito provavelmente, mudaram pouco os votos, tanto que, na única pesquisa divulgada sobre debates anteriores, a maioria não soube dizer quem ganhou. |
Sede da Veja é pichada em São Paulo | ||
Em protesto contra reportagem da revista 'Veja', cerca de 50 pessoas picharam a sede da editora Abril em São Paulo e espalharam edições picadas da 'Veja' diante do prédio nesta sexta-feira (24). Na calçada e nas paredes da Abril foram escritas as frases 'Veja mente' e 'Fora Veja'.Após a presidente Dilma Rousseff utilizar o horário eleitoral para criticar a reportagem publicada pela 'Veja', a revista divulgou nota em que negou ter aberto exceção ao antecipar sua distribuição para a antevéspera das eleições presidenciais deste ano. 'Em quatro das últimas cinco eleições presidenciais, VEJA circulou antecipadamente, no primeiro turno ou no segundo', diz o texto distribuído pela revista. Segundo a nota, os fatos narrados na reportagem ocorreram na terça-feira (21), a apuração sobre eles começou no mesmo dia, mas a revista 'só atingiu o grau de certeza e clareza necessária para publicação' na tarde de quinta. A 'Veja' também diz que Dilma, ao atacar a revista, criticou o 'mensageiro', mas que o 'cerne do problema' foi produzido pelos fatos 'degradantes' na Petrobras. A revista termina dizendo que reconhece em Dilma uma defensora da liberdade de imprensa e que espera que essa qualidade não se abale quando são revelados fatos que lhe 'possam ser pessoal ou eleitoralmente prejudiciais'. Na seção 'Carta ao Leitor' de sua edição desta sexta, a 'Veja' disse que 'não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato', mas sim para 'aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes'. (Da Folha de S.Paulo) |
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